terça-feira, 6 de setembro de 2011

Não é bem como previ...

... Esperar por você, te ter e ser feliz pra sempre. Eu esperei, esperei e muito... só Deus sabe o quanto. Foram 3 anos que pareceram 3 séculos. Todo mundo me dizia pra desistir de você, e eu nunca segui os conselhos de ninguém, sempre almejando te ter. Bom, o dia pelo qual tanto esperei chegou, e quer saber de uma coisa? Não é como pensei. Não tem paixão, não tem "tirar o atraso", não tem desejo... acho que toda aquela nostalgia foi coisa de momento, um momento mais longo, mas foi. Veio e passou, já não me incomoda mais, já não me alegra mais, já não é como antes. Passou. Tão rápido quanto veio.
Eu queria saber falar, queria saber como ordenar o turbilhão de palavras que se forma em minha mente, mas eu bem sei que não sou a pessoa mais organizada, e que vivo em uma bagunça desenfreada, e acredito que o meio em que vivemos reproduz o nosso interior, pois me encontro exatamente assim: perdida.
Preciso de ajuda, não nego. Sei que todos nós precisamos de algo em que se apoiar, de conselhos e amigos e tudo mais. Só que eu preciso de outro tipo de ajuda. Preciso de alguém que me ouça, que me compreenda, que me faça transpor o que eu sinto. Preciso de olhos atentos, de mãos firmes, que me segurem som me deixar cair. Eu preciso de confiança. eu preciso de alguém que me mude.
Prezo muito pela verdade, me vinculo facilmente a pessoas sinceras, que dizem as coisas sem rodeios, e talvez por isso eu esteja mais isolada a cada dia que passa. Eu não sei onde quero chegar com essa coisa toda, sei que tô com medo, preciso de segurança, preciso por tudo pra fora, preciso daquela pessoa de quem falei, preciso de certeza. Será que eu me cerco de pessoas que realmente me amam?
A única coisa que eu realmente sei é que minha família continua comigo, e que só não desabei porque Deus me sustenta, e me mantenho esperançosa: Ele vai mandar quem me conforte, sempre manda nos momentos certos. É aquela coisa: "Deus escreve certo por linhas tortas". Dói, mas só enobrece a vitória quando a alcançamos. Posso estar dentro de um covil, mas não estou sozinha, tenho o maior guerreiro do meu lado, e o melhor exército que ele tem pra me disponibilizar.
Sempre quis falar de mim, sempre quis deixar claro quem eu sou, mas como poso se nem eu mesma sei ao certo? Dizem que quem se descreve se limita, mas sabe... isso não se aplica a mim. Eu sou mudança, descompasso. Hoje sou brisa, amanhã sou temporal. Sou doce, sou salgado, sou um oceano de medo e uma gota de segurança. Eu sou aconchego, insanidade. Sou aquela menininha que sempre era vista descalça na rua, com cabelos desgrenhados e terra nas mãos. Aquela que era levada, vivia de calcinha, que caía, procurava colo e depois se reerguia, começando tudo de novo. Uma pequena que desde já tinha paixão pela música, pelas palavras, e que nunca soube dançar. Aquela que tinha medo da avó, que admirava a mãe e tinha um imenso carinho pelo pai. A menininha cresceu, se transformou. Já não se vê aquele brilho em seus olhos,  ela não brinca mais. Levou várias porradas da vida, entregou seu coração inúmeras vezes, e ainda hoje junta os caquinhos, que já não são mais de vidro, e sim da mais dura rocha. Ainda assim ela se doa, não se pertence, é toda daqueles que ama, e apesar de não ser boa conselheira, tem sempre um par de ouvidos e um ombro amigo pra quem precisar. Não é tão bela, não é soberana e nem tem um talento inigualável. Finge que não se importa, fica noite em claro por coisas que ninguém jamais imaginaria. Chora, grita, berra, mas tudo em silêncio. Despeja as coisas nos outros, maltrata, se arrepende. Não pede perdão, é orgulhosa e imatura, ao mesmo tempo que assume os erros que não são dela, tudo por um sorriso de quem ama. Mudou, sim, e ainda muda, mas depois de todas as mudanças ela sabe que ainda existe aquela pequena que todos viram desaparecer. Ela ainda sonha.